Teatro do SESI Campos
Dia 20/05 (sexta) às 20h
Ingressos: R$ 15,00 e R$ 7,50 (meia)
Classificação: 12 anos
Indicado ao Prêmio Contigo 2010 de Melhor Texto!
“Um dos 10 Melhores Espetáculos em Cartaz” – Revista Veja Rio (09/2010)
Sucesso de público e crítica, “Açaí e Dedos” estreou em abril de 2010, no Oi Futuro Flamengo (Rio de Janeiro). Também esteve em cartaz no SESC Tijuca e participou da FITA – Festa Internacional de Teatro de Angra.
Laura é uma mulher como muitas. Casada com um professor de português, é mãe de dois filhos, criou também uma terceira, “filha do coração”. É dona-de-casa, avó de um bebê, moradora de Copacabana, sexagenária. Um dia sai para ir ao supermercado, atividade rotineira, e não volta. O seu desaparecimento é o deflagrador da trama “Açaí e Dedos”, novo texto de Carla Faour, dirigido por Henrique Tavares. No elenco estão Ivan de Almeida, Babu Santana, Thaís Garayp, Sheron Menezes e a própria Carla.
A ação começa uma semana após o sumiço de Laura (Thaís Garayp) e a chegada da filha Alice (Sheron Menezes), que há quatro anos vivia na Europa. A típica família de classe média brasileira se reencontra para, junta, enfrentar a crise e tentar responder as perguntas que ecoam e angustiam a todos. Afinal, Laura agora era uma das 40 pessoas que desaparecem todos os dias no Brasil.O que terá acontecido? Acidente, assalto, seqüestro, um ataque fulminante? Ao tentar responder estas questões, eles são obrigados a investigar não apenas quem é Laura, mas quem são eles mesmos. E no que se transformaram. O espetáculo não promove uma busca frenética pela desaparecida. Pretende, sim, esmiuçar as relações desta família subitamente desfalcada. Deste processo de desconstrução e reconstrução, temperado com boas pitadas de humor, participam ainda o professor Otávio (Ivan de Almeida), a filha de criação Regina (Carla Faour) e Júnior (Babu Santana), o filho que mesmo depois dos 30, ainda vive com os pais.
“Açaí e Dedos” fala também da incomunicabilidade, do isolamento que se impõe nos dias de hoje. Nunca estivemos tão conectados, plugados na internet, pendurados em telefones celulares e afins. Paradoxalmente, nunca estivemos tão afastados uns dos outros. Em narrativa não linear, com ações fragmentadas, uso de flashbacks, a montagem busca falar deste descompasso contemporâneo, em que, assolados por agendas lotadas de compromissos e os mais diferentes estímulos, deixamos de perceber o outro bem como passamos despercebidos. Se a sua mãe desaparecesse hoje você seria capaz de responder quanto ela tem de altura e qual é o peso? Conhece a sua rotina? Com que roupa ela saiu de casa?
O título do espetáculo é uma metáfora. Segundo Carla Faour, o Açaí tem um gosto diferente, exótico. Para quem nunca experimentou é a descoberta de um novo sabor. “Dedos”, porque é com as mãos e com os dedos que tocamos as pessoas. O texto nasceu de uma Oficina de Dramaturgia no Teatro Poeira, Rio de Janeiro. O Projeto Puente, idealizado por Aderbal Freire Filho, tem trazido dramaturgos estrangeiros para ministrar oficinas para autores brasileiros. Carla Faour participou das oficinas com o autor e diretor chileno, Marco Antonio de La Parra, e com o também autor e diretor espanhol, José Sanchis Sinisterra. O texto que deu origem à peça Açaí e Dedos foi escrito num desses encontros.
CRÍTICAS SOBRE O ESPETÁCULO
“Oportuna Reflexão. Elenco e texto afiados”. (Carlos Henrique Braz – Veja Rio).
“Intrigante sentimento de solidão. Nada está fora do lugar e os personagens se comportam com justeza dramática”. (Macksen Luiz – Jornal do Brasil).
“Açaí e Dedos é uma peça interessante e agradável, montada com bom gosto e que expressa um claro progresso na dramaturgia brasileira”. (Barbara Heliodora – Jornal O Globo).