Washington Campos

O RIO HIP HOP KEMP chega em fevereiro, pela primeira vez à América do Sul, trazendo na bagagem nada menos que 12 dos mais respeitados coreógrafos do mundo. Serão 24 workshops, 4 palestras, 30 apresentações especiais (entre performances dos coreógrafos e Companhias convidadas) e mais de 250 dançarinos que irão participar das batalhas em 4 categorias. Os "kemps", como são chamados os festivais de hip-hop em acampamentos na Europa, surgiram há 8 anos na República Tcheca, fazendo desde então parte do calendário de verão desses países.
 Na Europa, festivais de hip hop são eventos corriqueiros nos calendários de verão. Mas no Brasil, país onde tem crescido o interesse pela street dance, são raríssimos. De quarta a domingo (16 a 20/02), o Centro Coreográfico do Rio de Janeiro e o Sesc Tijuca vão sediar, pela primeira vez na cidade, algo minimamente parecido com um “kemp” – expressão que designa no mundo todo os acampamentos de hip hop.
Afinal, mais de 40 anos depois, o legado de Afrika Bambaataa ainda ecoa – e se multiplica - por aqui. “O interesse pelo hip hop tem aumentado bastante nos últimos anos, no Brasil. Há muita gente ativa, desde dançarinos que pesquisam por conta própria até os frequentadores de academias, que têm aberto cada vez mais turmas para a street dance. O que falta, porém, é troca de informação e experiências. Os brasileiros estão carentes de um contato maior com o coreógrafos de fora do país”, ressalta Bruno Bastos, diretor artístico do festival.
Com dez anos de experiência em eventos do gênero, Bruno acrescenta que o único grande festival de hip hop do Brasil é o de Curitiba, que acontece em julho. “O Festival de Dança de Joinville também tem uma categoria de street dance. Fora isso, há eventos estaduais e regionais. Mas no Rio de Janeiro é o primeiro festival desse tipo”, aponta.

Atrações

Para coroar a estreia, o festival apresenta workshops com especialistas como Patrick Cruz, um dos coreógrafos revelação mais respeitados nos Estados Unidos; o japonês Gucchon, bi-campeão e atual jurado do Juste Debout, maior campeonato de batalhas do mundo; e o americano Henry Link, que já trabalhou com artistas consagrados, como Mariah Carey, Will Smith e Michael Jackson, coreografando clipes como "Remember the Time" e "Men in Black". Dentre os brasileiros, há nomes como o de Nobru, coreógrafo do grupo fluminense Xstyle Dance Company e do Out of Bounds, de Praga, na República Tcheca.
Outra atração de destaque é Phillip "Pacman" Chbeeb, que se tornou celebridade num dos mais famosos programas de dança da TV americana: So You Think You Can Dance. Com isso, fez comerciais para marcas como Adidas, Coca-Cola e Itouch Mac.
Além dos workshops e das apresentações, os coreógrafos serão jurados nas “batalhas” entre os dançarinos, ocasião na qual eles terão de improvisar passos em cima de uma música escolhida na hora pelos DJs. Puro freestyle.